História:
Um clichê muito utilizado por críticos de todo o mundo para se referir ao ator britânico Jason Statham é o rótulo de “Arnold Schwarzenegger do século XXI”. Isso acontece não apenas por causa do porte físico avantajado, mas sobretudo graças às escolhas dramáticas do rapaz. Quando se trata de assinar contrato para mais uma produção, Statham não dá a mínima bola para detalhes como composição de personagem e sofisticação da narrativa. O negócio dele é força bruta: músculo, porrada e testosterona. Levando isso em consideração, “Corrida Mortal” (Death Race, EUA, 2008) cumpre exatamente aquilo que o título promete. Nem mais, nem menos.

A história, reescrita pelo diretor Paul S.W. Anderson (responsável pelo irregular “O Enigma do Horizonte”), tem espantosa semelhança com a aventura futurista “O Sobrevivente” (1987), estrelada justamente pelo ex-halterofilista austríaco que virou governador da Califórnia (EUA). A ação ocorre em 2012. O cenário, explicado através de letreiros no início do longa, é de tom distópico e pessimista. Uma onda de criminalidade varreu os EUA, culminando com a criação de uma prisão de segurança máxima chamada Terminal Island. Lá dentro, entre montanhas de ferro retorcido e concreto, acontece toda semana uma corrida com automóveis turbinados por armas pesadas. Os pilotos, equivalentes high-tech dos gladiadores romanos, são trucidados quando perdem. Se algum deles conseguir vencer cinco corridas seguidas, ganha a liberdade.
O espetáculo, visto on-line por milhões de internautas, é conduzido com mão de ferro pela diretora da penitenciária (Allen). Quando o piloto mais carismático sofre um acidente fatal, a apenas uma corrida de ser solto, ela arma uma cilada para o ex-motorista Jensen Ames (Statham), matando a mulher dele e montando a cena do crime de forma a culpá-lo. O objetivo, ao prendê-lo, é obrigar o cara a tomar o lugar do falecido – algo simples, considerando que o morto corria atrás de uma máscara. Jensen desconfia da armação e decide participar da corrida seguinte, só que com mais interesse em conseguir a vingança do que obter de volta a liberdade. A história repete todos os clichês possíveis: personagens estereotipados (todos os corredores são durões, cheios de tatuagens e cicatrizes), trilha sonora com colagens de trechos de metal e rap, montagem hiper-rápida e uma surpresinha bem antecipável no início do terceiro ato.
Paul. S.W. Anderson apimenta ainda mais as acusações de sexismo ao incluir no jogo um grupo de personagens femininas – garotas duronas de shorts jeans e camisetas brancas curtinhas – que atuam como “navegadoras” dos pilotos, ajudando-os durante as corridas. As meninas são filmadas sempre da mesma maneira, com câmera lenta e closes generosos de bundas, pernas e peitos. O roteiro é construindo seguindo-se a lógica de um videogame, em que o protagonista precisa avançar de fase em fase, com o nível de dificuldade subindo aos poucos, para obter um prêmio no final. Todos esses elementos compõem um filme brucutu, sem nenhuma sutileza. A favor de Paul W.S. Anderson, deve ser dito que ele entrega exatamente aquilo que se espera. Se você gosta de pancadaria e velocidade e não se importa com coisas como personagens consistentes e construção de narrativa, pode embarcar sem medo.
Criticas sobre o filme :
Antes de começar essa resenha, vamos fazer uma pequena introdução ao produtor, roteirista e diretor Paul W. S. Anderson. O cara é o responsável pelas adaptações de Mortal Kombat e Resident Evil para as telonas e, quem assistir Corrida Mortal, vai achar a coisa toda um pouco estranha. Apesar do filme não ser baseado em nenhum game, o novo filme do diretor é o que mais se assemelha a um videogame.
O filme, que supostamente deveria ser baseado no clássico de 1975 com o Stallone, Corrida Mortal 2000, logo vai perceber que são muito (ou completamente) diferentes um do outro. O asto dos filmes de ação, Jason Statham, vive um ex-piloto de Nascar que é condenado por um crime que não cometeu. O cara vai parar numa prisão de segurança máxima e logo vê uma chance de ver livre se aceitar participar da tal Corrida da Morte, um evento organizado pela diretora da prisão, interpretada por Joan Allen, que é transmitido para o mundo todo. A idéia é simples, chegar vivo e com a maior pontuação.
Lembra que eu falei ali em cima que Corrida Mortal era um dos filmes de Anderson que mais se parece com uma game? Pois bem, essas tais semelhanças são visíveis a ponto de conter itens nas pistas de corrida (armas, deseja e armadilhas) que são adquiridas quando o carro passa por cima dos ícones (mas heim?!), vinhetas antes das corridas e, como não podia faltar, o clássico “chefe-de-fase” quando se chega a uma pontuação alta e até replay daquela cena que parece ser fodona. É mole?
Ainda tem mais… Logo no início do filme temos uma looonga cena que mostra de todas as formas possíveis que Statham não é o vilão da história, mas sim o mocinho. Aliás, esse é um dos maiores problemas do filme. Anderson não se contenta em dar pistas dos acontecimentos, ele precisa mostrar os “por ques” disso e daquilo nos mínimos detalhes deixando de lado a inteligência do espectador. Chegando a prisão, mais clichês: O cara bonzinho chega, o malvado vai intimidar e acaba levando um sopapo pra aprender. E assim começa a treta entre eles aí surge o “ancião” e sábio da prisão, interpretado por Ian McShane, e fica amigo dele.
Personagens:
Jason Statham (Jensen Ames)
Joan Allen (Hennessey)
Ian McShane (Coach)
Tyrese Gibson (Machine Gun Joe Mason)
Natalie Martinez (Elizabeth Case)
Max Ryan (Pachenko)
Jacob Vargas (Gunner)
Jason Clarke (Ulrich)
Frederick Koehler (Lists)
Justin Mader (Travis Colt)
Robert LaSardo (Grimm)
Robin Shou (14K)