terça-feira, 3 de agosto de 2010

Corrida mortal

Jensen Ames (Jason Statham) é um ex-piloto profissional condenado por um terrível assassinato. Encarcerado em Terminal Island, uma prisão de segurança máxima com regras próprias, ele se vê obrigado a voltar às pistas e participar de uma competição mortal cujo vencedor pode conquistar a liberdade. O problema é que lá a corrida e os competidores são diferentes, enquanto a vontade de matar e ser livre correm lado a lado. (RC)

História:
Um clichê muito utilizado por críticos de todo o mundo para se referir ao ator britânico Jason Statham é o rótulo de “Arnold Schwarzenegger do século XXI”. Isso acontece não apenas por causa do porte físico avantajado, mas sobretudo graças às escolhas dramáticas do rapaz. Quando se trata de assinar contrato para mais uma produção, Statham não dá a mínima bola para detalhes como composição de personagem e sofisticação da narrativa. O negócio dele é força bruta: músculo, porrada e testosterona. Levando isso em consideração, “Corrida Mortal” (Death Race, EUA, 2008) cumpre exatamente aquilo que o título promete. Nem mais, nem menos.
Apenas dois elementos na equação causam alguma surpresa ao espectador. O primeiro é a presença do veterano Roger Corman na lista de produtores. Na verdade, Corman (especialista em obras de baixo orçamento que começou nos anos 1950 e promoveu as estréias de muita gente importante, como Jack Nicholson) não esteve envolvido diretamente com o filme. Ele apenas assinou o roteiro e a produção do longa-metragem de 1975 em que “Corrida Mortal” foi baseado. O outro elemento, este bem mais surpreendente, é a presença da prestigiada atriz Joan Allen (“O Ultimato Bourne”) no papel de vilã máxima da produção. Experiente, Allen tem longa tradição em dramas políticos, mas nunca tinha aparecido antes um filme de entretenimento tipicamente adolescente e masculino, como “Corrida Mortal”.
A história, reescrita pelo diretor Paul S.W. Anderson (responsável pelo irregular “O Enigma do Horizonte”), tem espantosa semelhança com a aventura futurista “O Sobrevivente” (1987), estrelada justamente pelo ex-halterofilista austríaco que virou governador da Califórnia (EUA). A ação ocorre em 2012. O cenário, explicado através de letreiros no início do longa, é de tom distópico e pessimista. Uma onda de criminalidade varreu os EUA, culminando com a criação de uma prisão de segurança máxima chamada Terminal Island. Lá dentro, entre montanhas de ferro retorcido e concreto, acontece toda semana uma corrida com automóveis turbinados por armas pesadas. Os pilotos, equivalentes high-tech dos gladiadores romanos, são trucidados quando perdem. Se algum deles conseguir vencer cinco corridas seguidas, ganha a liberdade.
O espetáculo, visto on-line por milhões de internautas, é conduzido com mão de ferro pela diretora da penitenciária (Allen). Quando o piloto mais carismático sofre um acidente fatal, a apenas uma corrida de ser solto, ela arma uma cilada para o ex-motorista Jensen Ames (Statham), matando a mulher dele e montando a cena do crime de forma a culpá-lo. O objetivo, ao prendê-lo, é obrigar o cara a tomar o lugar do falecido – algo simples, considerando que o morto corria atrás de uma máscara. Jensen desconfia da armação e decide participar da corrida seguinte, só que com mais interesse em conseguir a vingança do que obter de volta a liberdade. A história repete todos os clichês possíveis: personagens estereotipados (todos os corredores são durões, cheios de tatuagens e cicatrizes), trilha sonora com colagens de trechos de metal e rap, montagem hiper-rápida e uma surpresinha bem antecipável no início do terceiro ato.
Paul. S.W. Anderson apimenta ainda mais as acusações de sexismo ao incluir no jogo um grupo de personagens femininas – garotas duronas de shorts jeans e camisetas brancas curtinhas – que atuam como “navegadoras” dos pilotos, ajudando-os durante as corridas. As meninas são filmadas sempre da mesma maneira, com câmera lenta e closes generosos de bundas, pernas e peitos. O roteiro é construindo seguindo-se a lógica de um videogame, em que o protagonista precisa avançar de fase em fase, com o nível de dificuldade subindo aos poucos, para obter um prêmio no final. Todos esses elementos compõem um filme brucutu, sem nenhuma sutileza. A favor de Paul W.S. Anderson, deve ser dito que ele entrega exatamente aquilo que se espera. Se você gosta de pancadaria e velocidade e não se importa com coisas como personagens consistentes e construção de narrativa, pode embarcar sem medo.

Criticas sobre o filme :
Antes de começar essa resenha, vamos fazer uma pequena introdução ao produtor, roteirista e diretor Paul W. S. Anderson. O cara é o responsável pelas adaptações de Mortal Kombat e Resident Evil para as telonas e, quem assistir Corrida Mortal, vai achar a coisa toda um pouco estranha. Apesar do filme não ser baseado em nenhum game, o novo filme do diretor é o que mais se assemelha a um videogame.
O filme, que supostamente deveria ser baseado no clássico de 1975 com o Stallone, Corrida Mortal 2000, logo vai perceber que são muito (ou completamente) diferentes um do outro. O asto dos filmes de ação, Jason Statham, vive um ex-piloto de Nascar que é condenado por um crime que não cometeu. O cara vai parar numa prisão de segurança máxima e logo vê uma chance de ver livre se aceitar participar da tal Corrida da Morte, um evento organizado pela diretora da prisão, interpretada por Joan Allen, que é transmitido para o mundo todo. A idéia é simples, chegar vivo e com a maior pontuação.
Lembra que eu falei ali em cima que Corrida Mortal era um dos filmes de Anderson que mais se parece com uma game? Pois bem, essas tais semelhanças são visíveis a ponto de conter itens nas pistas de corrida (armas, deseja e armadilhas) que são adquiridas quando o carro passa por cima dos ícones (mas heim?!), vinhetas antes das corridas e, como não podia faltar, o clássico “chefe-de-fase” quando se chega a uma pontuação alta e até replay daquela cena que parece ser fodona. É mole?
Ainda tem mais… Logo no início do filme temos uma looonga cena que mostra de todas as formas possíveis que Statham não é o vilão da história, mas sim o mocinho. Aliás, esse é um dos maiores problemas do filme. Anderson não se contenta em dar pistas dos acontecimentos, ele precisa mostrar os “por ques” disso e daquilo nos mínimos detalhes deixando de lado a inteligência do espectador. Chegando a prisão, mais clichês: O cara bonzinho chega, o malvado vai intimidar e acaba levando um sopapo pra aprender. E assim começa a treta entre eles aí surge o “ancião” e sábio da prisão, interpretado por Ian McShane, e fica amigo dele.

Personagens:
Jason Statham (Jensen Ames)
Joan Allen (Hennessey)
Ian McShane (Coach)
Tyrese Gibson (Machine Gun Joe Mason)
Natalie Martinez (Elizabeth Case)
Max Ryan (Pachenko)
Jacob Vargas (Gunner)
Jason Clarke (Ulrich)
Justin Mader (Travis Colt)
Robin Shou (14K)

Robots

Rodney Lataria (Reynaldo Gianecchini) é um robô que tem um dom para inventar máquinas, que trabalha com seu pai lavando pratos. Sonhando em conhecer seu ídolo, o Grande Soldador (José Santa Cruz), Rodney decide partir em uma viagem rumo a Robópolis. Porém, ao chegar na cidade, ele percebe que sua busca será mais difícil do que imaginava. Logo Rodney se torna amigo dos Enferrujados, um grupo de robôs de rua que sabe se virar e que acaba por abrigá-lo. Tentando encontrar o Grande Soldador e mantendo seu ideal em fazer um mundo melhor, ele enfrenta situações que podem pôr em risco a própria existência de Robópolis.

História:
Em seu segundo filme animado, ROBÔS, o estúdio de animação Blue Sky em parceria com a 20th Century Fox, vem mostrar que veio para ficar entre os grandes nomes da animação no mundo. Após a dobradinha em A ERA DO GELO, em 2002, o diretor Chris Wedge e o co-diretor, Carlos Saldanha, que é brasileiro, voltam para este novo empreendimento e revelam toda a criatividade que se pode empregar em um filme animado, repetindo as boas doses de comédia e aventura de seu primeiro filme.
Em uma pequena cidade, em um mundo habitado única e exclusivamente por robôs de todos os tipos e tamanhos, vive Rodney Lataria, um robô de classe média que sonha em ir para a região metropolitana de Robópolis, tornar-se um inventor e fazer sua vida por lá. Espelhado em seu grande ídolo, o Grande Soldador, um famoso empresário do ramo de reposição de peças, Rodney decide deixar sua cidadezinha e ir em busca de seu sonho. Ao chegar na grande cidade, Rodney se depara com uma enorme crise provocada pela ganância do perverso Dom Aço e vê seu sonho de trabalhar nas empresas Grande Soldador desabarem sobre sua cabeça.
Com uma premissa bem atual, o filme trata das diferenças sociais que insistem assolar a humanidade. Com todo o destaque que o assunto merece, é mostrado como a classe pobre de uma sociedade sofre com os interesses da elite predominante na mesma. A luta de Rodney contra a supremacia de Dom Aço, mostra o quão importante é nos preocuparmos com o descaso sofrido pelas classes menos favorecidas de forma simples e objetiva. Algo legal de ser levantado em um filme destinado ao público jovem e infantil, uma iniciativa plausível que já vale uma conferida!
Outra questão abordada com afinco no filme, é o avanço desenfreado da tecnologia, que pode trazer sérios problemas tanto ao planeta, quanto às classes pobres. Com todas as inovações que a ciência tecnológica apresenta todos os dias, fica difícil para que todos acompanhem sem serem esquecidos ou deixados de lado. Uma questão importante que nos faz refletir até onde a tecnologia que assola o mundo de hoje vale a pena e deve chegar.
Apesar de tratar de assuntos sérios, a comédia não é deixada de lado! Se você achou A ERA DO GELO um filme engraçado, prepare-se para dar longas e constantes gargalhadas com ROBÔS. Rodney, o personagem principal não é o grande comediante aqui, assim como na maioria dos filmes animados, as melhores piadas ficam para os personagens secundários como o excêntrico Manivela e seus amigos do beco. Outro personagem que brilha na área da comédia, é a espalhafatosa Tia Turbina, que possui um grande... eh... traseiro causador de risadas. Assim como o popô de Tia Turbina, muitas outras gags físicas estão espalhadas pelo filme, apesar disso, elas não são cansativas. Todas parecem ter sido muito bem pensadas antes de serem aplicadas nos personagens, bem como as piadas originais e inteligentes aqui presentes. Em sua maioria, as tiradas caem melhor ao público adulto. Em uma das cenas iniciais, a mãe de Rodney diz que o gostoso mesmo é fazer o bebê (no caso Rodney, que estava para “nascer”), em outra, na porta dos banheiros, percebe-se uma tomada representando o sexo masculino e plug representando o feminino. São todas piadas muito bem boladas, prontas para arrancar risadas de quem assiste.
Mas um bom filme não é nada sem um bom visual e ROBÔS passa batido pela prova de cenários. Caracterizados por um ar retro-futurista muito bem elaborado, os fundos do filme são amplos e grandiosos e refletem todo o avanço tecnológico em questão. Quem achou que A ERA DO GELO foi fraquinho em visuais, vai se surpreender com o que foi feito aqui. A maior parte desses cenários são muito bem iluminados, principalmente os da cidade, que justificam o porquê do encantamento de Rodney por Robópolis. Um trabalho maravilhoso foi feito nesse aspecto e os ambientes são com certeza um dos pontos altos do filme.
O estúdio também avançou grandiosamente em suas técnicas de animação e textura dos cenários, adereços e personagens. Os movimentos presenciados no filme estão muito mais leves e realistas do que os presentes no primeiro filme da Blue Sky. Os efeitos são grandiosos e mostram o que o estúdio é capaz de fazer. Algumas vezes, mostram até demais! Cenas como o meio de transporte maluco de Robópolis e a dos dominós no esconderijo de Grande Soldador, parecem ter sido colocadas no filme só para provar que os animadores são capazes. Ainda que pareça um pouco arrogante da parte do estúdio, temos que dar o braço a torcer que são efeitos impressionantes. Mas bem que poderiam ter aproveitado melhor todo esse potencial.
A trilha incidental de ROBÔS é característica de filmes de aventura modernos. Retratam o heroísmo presente no filme com um toque de música pop, o que ficou bacana. Falando em música pop, o filme traz para sua trilha o hip hop americano, que se tornou febre não só entre os adolescentes, mas também entre os filmes animados. O filme ainda traz boas pitadas de música “soul” americana, como a simpática “Shine”. Além disso, o filme faz referências a grandes musicais do cinema e a ícones da música pop. Em uma cena, Manivela parodia a famosa cena de DANÇANDO NA CHUVA além de dar um show de dança ao som de Britney Spears e seu hit ‘Baby One More Time’.
ROBÔS não traz a história mais original de todas, mas levanta questões que devem ser discutidas, o que sempre acrescenta veracidade e relevância a um filme. O filme faz você rir do inicio ao fim com piadas inteligentes e de bom gosto além de trazer boas cenas de aventura, romance e até luta. Um mix que cai muito bem a ambiciosa animação do estúdio que já vai para o seu terceiro filme, uma continuação para A ERA DO GELO. Uma engrenagem em forma de filme que trabalha a diversão sem perder a essência. Além de tudo, é fruto do trabalho de um brasileiro que deu certo no mundo da animação internacional. Eu não deixaria de conferir!



Criticas sobre o filme:
Robôs  chega para mostrar uma coisa: o mercado de animações tridimensionais está cada vez mais amplo. Já foi o tempo em que a Pixar o dominava sozinha. Aliás, isso já não ocorre desde 2001, quando Shrek  veio ao mundo pelas mãos da Dreamworks. A Blue Sky lançou o sucesso A Era do Gelo  um ano depois e, mesmo que não tenha sido um arrasa-quarteirão (mas deu pra ganhar um bom $$$, sem dúvida), mostrou ainda outra empresa de qualidade para o mundo. Agora, três anos depois, a mesma Blue Sky consegue ficar no mesmo nível da Pixar, que lançou ano passado sua animação Os Incríveis. Este aqui é muito mais bem elaborado e inteligente que aquele, sem dúvida, mesmo que não seja ainda também um ótimo filme, e sim apenas uma movimentada (às vezes, de tirar o fôlego) aventura.
Tecnicamente, Robôs é belíssimo. Mostra uma evolução drástica com relação aos modelos simples (que naquele caso foram propositalmente simples) de A Era do Gelo. Robôs é mais bonito que Os Incríveis, por exemplo, embora modelar lata seja mais simples do que modelar humanos. Mas para o espectador comum isso não interessa, o que vale mesmo é o resultado final, e é isso que está sendo avaliado aqui. De qualquer forma, este filme não precisa de comparações para sobreviver e aparecer. É bem divertido e deve agradar às crianças. Não é tão colorido pois todo o mundo criado é de metal, o que limita a paleta de cores. Mas seus personagens são bem carismáticos. Para quem gosta e entende de cinema, o filme possui algumas ótimas referências (tão óbvias que nem vou citá-las aqui), sem necessariamente depender delas para ser interessante, algo que de certa forma Shrek faz.
A história não apresenta realmente nada novo. Aliás, voltando um pouco aqui nas comparações, todas as histórias dos filmes da Pixar também sempre são clichês vencidos, então não se pode culpar muito os produtores de falta de originalidade. Robôs é mais um conto de superação e força-de-vontade, onde os fracos e oprimidos devem combater os fortes e suas injustiças. Rodney é um robô feito de sucata reaproveitada – assim como milhões de outros. Inventor, seu sonho é conhecer outro inventor, o mais famoso de todos: o gentil, simpático e motivador Bigweld. Para isso, ele deve viajar sozinho para a grande metrópole dos robôs, Robópolis. O problema é que, quando ele lá chega, encontra uma cidade dominada pela tirania de um novo robô, que aparentemente deu fim a Bigweld e quer tirar de circulação todos os robôs feitos de sucata velha. A partir daí, Rodney junta-se com seus novos amigos para tentar reaver a paz à cidade.
A vilã do filme, que é a mãe de tal tirano (assim como em muitos filmes da Disney, o “tirano” é na verdade alguém frágil, manipulado por uma mente diabólica por trás) consegue ser muito, muito assustadora, tanto em visual quanto nos seus métodos. É a típica vilã das animações, estereótipo já encontrado desde os tempos de Branca de Neve e os Sete Anões, mesmo assim consegue ter uma presença muito forte na tela. Todos os personagens, sem exceção alguma, também são velhos estereótipos do gênero, e esse sem dúvida é o ponto mais fraco de todo o filme. O filme anterior da produtora já sofria desse problema: sem ponto mais fraco também era a falta de originalidade dos personagens. Aqui não é diferente. Não é algo desastroso, mas um filme assim dificilmente poderia ser considerado uma obra-prima. De qualquer forma, não creio que tenha sido esse o objetivo dos produtores. Apenas uma curiosidade: para mim, o personagem mais engraçado, de longe, foi o pequeno guarda da entrada da corporação. Mesmo que seja um dos vilões!
A cidade dos robôs é uma recriação das grandes cidades reais. Algo que já foi feito várias vezes anteriormente, mas não deixa de continuar sendo divertido, ver nossa sociedade sendo transportada para outro tipo de contexto. Em Procurando Nemo e O Espanta Tubarões conhecemos como seria nossa sociedade caso fosse no fundo do mar; em Vida de Inseto e Formiguinhaz vimos ela transportada para o mundo dos insetos; em Monstros S/A... enfim, as produtoras de animações sempre utilizam esse artifício, o que pode ser divertido, mas temos que ter cuidado ao chamar qualquer desses filmes de “original”. Robôs consegue ter algumas sacadas inteligentes sobre como seria um mundo de metal, mas em nenhum momento o trabalho é original.
O elenco do filme é formado por atores muito interessantes. O dublador de Rodney é o cada vez mais dinâmico Ewan McGregor, já a mocinha, Cappy, é feita por Halle Berry, em seu primeiro trabalho depois do vexame que foi Mulher-Gato (que ela, pelo menos, parece ter levado com muita esportiva). Infelizmente, pra variar, o filme pode ser visto por aqui quase somente em versões dubladas, ou seja, quer ouvir as vozes originais? Pegue um avião para fora do país ou espere o DVD. Na versão nacional, dublam Reynaldo Gianechinni, Marina Person, André Matos e “grande elenco” (isso segundo o site oficial em português). Embora seja uma dublagem competente (não se engane, não é ótima, apenas decente) não é a mesma coisa que ouvir as vozes originais. Isso não vale para as crianças, claro, afinal elas não ligam para esses detalhes.
Em Robôs, o diretor Chris Wedge e o co-diretor Carlos Saldanha (os mesmos de A Era do Gelo) tentaram colocar um pouco de tudo. Drama, comédia, musical, ação, aventura. É um filme que tenta agradar a todos os gostos. O ritmo dele tem algo de irregular (alguns momentos são simplesmente desinteressantes), porém seu clímax é de tirar o fôlego. Movimentado, rápido, desconcertante. É a melhor parte de todo o filme. Uma montanha-russa, lembrando animações recentes como O Expresso Polar e Monstros S/A, que também tinham esses momentos de tirar o fôlego. Tudo isso, claro, apenas possível pelo uso da animação tridimensional, que pode colocar o espectador onde quiser sem maiores dificuldades. O resultado, como sempre, é um visual magnífico.
Em suma, esta é mais uma animação belíssima (elas ficam cada vez mais belas, não é verdade?), bastante divertida, mas que como quase sempre acontece peca pela originalidade. As crianças não dão muita bola para isso, e para elas é um filme “obrigatório”, pode-se dizer. A Blue Sky junta-se à Pixar e à Dreamworks como estando no primeiro time da animação tridimensional. Não fez uma obra-prima como a Pixar o fez (os dois Toy Story são os mais originais e melhores da empresa), ou um enorme, mega arrasa-quarteirão como a Dreamworks fez com Shrek 2, mas já tem dois bons trabalhos no currículo, e A Era do Gelo 2 promete arrebentar. Vale como uma bela sessão vespertina.

Ratatouille

             História: A Pixar sempre levou seus espectadores em aventuras totalmente originais, estreladas pelos personagens mais surpreendentes e inesquecíveis do cinema. De brinquedos que adquirem vida (Toy Story e Toy Story 2) a um grupo de monstros apavorados pela presença de uma menininha à solta em seu mundo (Monstros S.A.), incluindo também um peixinho que se perde no vasto oceano (Procurando Nemo), super-heróis que levam uma vida suburbana de classe média (Os Incríveis) e um carro de corridas famoso, cuja vida toma um atalho inesperado na Rota 66 (Carros), o estúdio de animação de última geração vem sistematicamente apresentando histórias únicas cheias de emoção e inovações visuais.
 
Agora, com 'Ratatouille', essa tradição narrativa dá um novo grande salto, desta vez, numa versão hilária e inédita da clássica comédia pastelão. À medida que o filme segue o périplo de um jovem rato chamado Remy para deixar para trás suas origens de comedor de lixo e se tornar um grande chef, isso o leva a um mundo onde ele se sente criativamente inspirado e, ao mesmo tempo, constantemente em perigo - uma circunstância que se presta a todos os tipos de situações caóticas e cenas hilárias. Quando parece que a única chance de Remy de chegar à cozinha de um restaurante de cinco estrelas está ameaçada, ele forja uma parceria inesperada com o desprezado garoto encarregado de tirar o lixo do restaurante, e eles articulam um plano inteligente, ainda que literalmente de arrepiar, que permitirá a esses dois excluídos realizarem grandes coisas juntos.
Em meio a perigos e armadilhas, o filme também abrange temas universais: os laços de amizade e lealdade; a luta contra as expectativas familiares, a busca da própria independência; e, acima de tudo, a importância de sermos verdadeiros com aquilo que realmente somos, sobretudo se não formos exatamente aquilo que esperam de nós.
Segundo o diretor do filme, Brad Bird: "Acho que todos nós temos sonhos impossíveis e fazemos o que é possível para realizá-los - e o sonho de Remy pode ser o sonho mais impossível de todos."


personagens:
  • Patton Oswalt (Remy)
  • Lou Romano (Linguini)
  • Brian Dennehy (Django)
  • Peter Sohn (Emile)
  • Peter O'Toole (Anton Ego)
  • Brad Garrett (Auguste Gusteau)
  • Janeane Garofalo (Colette)
  • Will Arnett (Horst)
  • Julius Callahan (Lalo / François)
  • James Remar (Larousse)
  • John Ratzenberger (Mustafa)
  • Tony Fucile (Pompidou / Inspetor de saúde)
  • Ian Holm (Skinner)